sábado, 28 de agosto de 2010

Mundo Cerrado



Na paisagem do cerrado
a folha seca seca
a lágrima do tamanduá.
Como procurar no chão
a sombra
da asa do urubu?
As perguntas parecem vespas:
Vêm de cima, dos lados e de baixo.
E me atingem
na hora mais cheia do sol.
Aqui no cerrado, dizem,
já amanhece meio dia.
A economia do vento
que rarefaz a chuva
só precisa dar tempo ao tempo.
O pé de pequi
me dá saudades do amarelo
e a casa de marimbondo
brinca de zumbir na minha imaginação.
Entre as árvores tortas do cerrado
meus versos procuram o fim da picada.


poema na integra do livro "Mundo Cerrado".
Lorenzo Falcão
foto Miguel Mello

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