quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Anthony Steffen - Um Brasileiro Chumbo Grosso


Antonio de Teffè, que se tornou conhecido como Anthony Steffen, tinha dupla nacionalidade e ficou famoso na Itália na mesma vertente que projetou Clint Eastwood


Há 15 anos ele estava afastado do cinema e há quatro morava no Rio, numa cobertura no Leblon, onde lutava contra o câncer que terminou por vencê-lo. Antonio de Teffè tinha 73 anos. Com o pseudônimo de Anthony Steffen, foi um dos astros –com Clint Eastwood, Giuliano Gemma e Franco Nero – da tendência chamada de spaghetti western. Os faroestes macarrônicos podiam ser o alvo preferido de pancada dos críticos, pelo menos até que Sergio Leone desse ao gênero sua carta de nobreza, mas o público adorava aqueles filmes.

Quando Anthony Steffen entrava em cena, envolto num poncho surrado e com aquela barba por fazer, entrava algum instrumento lancinante de fundo – um trompete, quase sempre – e a massa já sabia que o pau ia correr solto. Anthony Steffen foi sempre sinônimode encrenca na tela. Ele próprio sabia disto e, certa vez, analisando o sucesso dos spaghetti westerns, arriscou sua interpretação do fenômeno. Disse que o mundo estava mudando nos anos 1960 e, se os faroeste feitos na Itália faziam mais sucesso do que os autênticos, produzidos pelos americanos, é porque eram mais cruéis, mais verdadeiros. "Eram duros e extremamente realistas", disse Steffen.

Na sua fase áurea, ele era um figurão de 1,90m e olhos azuis que enlouquecia as platéias femininas e os homens respeitavam porque era mal-encarado. O fato de ter morrido no Brasil não foi acidental. Steffen, ou Antonio de Teffè, era ítalo-brasileiro. O ex-caubói nasceu na Embaixada do Brasil em Roma, filho do embaixador Manuel de Teffè, e por isto tinha dupla nacionalidade. Foi batizado com o imponente e aristocrático nome de Antonio Luís de Teffè von Hoonbolz, em homenagem ao bisavô, um aristocrata de origem prussiana que foi almirante-chefe da frota brasileira na época de Dom Pedro II e que recebeu do imperador o título nobiliárquico de Barão de Teffè.

O jovem barão de Teffè foi um playboy que terminou cooptado pelo cinema. Em 1954, fez o primeiro filme, ainda como Antonio de Teffè – Gli Sbandati, sobre uma história da 2.ª Guerra. Desempenhou múltiplas funções no cinema. Antes de estrear como ator, foi assistente de direção de Mauro Bolognini em Ci Troviamo in Galeria, de 1953 – e o filme era interpretado pela jovem Sophia Loren e por Alberto Sordi. Foi produtor (Django, oBastardo, em 1969) e roteirista (Os Mil Olhos do Assassino, em 1974). Em 1965, quando o spaghetti western já se tornara o gênero dominante da produção industrial italiana, foi cooptado pelo diretor Edoardo Mulargia, que o convidou para estrelar um daqueles bangue bangues filmados nas planícies de Almeria, na Espanha, escolhidas pela semelhança com as pradarias dos Estados Unidos.

Antonio de Teffè gostava de contar que a única exigência do diretor foi a de que ele soubesse montar. Disse que era um cavaleiro estupendo, mas não era. Nunca havia montado num cavalo e esse foi apenas o começo de seus problemas com eqüinos. Mais tarde, durante a rodagem de um dos 23 spaghetti westerns que interpretou – quase sempre, ou sempre, dispensando dublês –, sofreu um acidente. O cavalo rodou e caiu sobre ele. Antonio de Teffè teve de ser hospitalizado. Pegou ódio de cavalo, mas seguiu montando, por razões de ordem profissional.

Esgotado o ciclo de sucesso do gênero, ele diversificou sua área de atuação, mas não deixou de trabalhar. Um de seus sucessos longe do western foi um filme intitulado O Amante, que não tinha nada a ver com a adaptação que o francês Jean-Jacques Annaud fez do romance de sua compatriota Marguerite Duras. O amante de Anthony Steffen era um garanhão de 50 anos, por quem se apaixonava uma noivinha de 19 anos. Não era só no Velho Oeste que Anthony Steffen causava confusão.

Estava casado com Cristina e tinha dois filhos de um casamento anterior, Manuel, de 32 anos, e Luiz, de 28, ambos residentes na Itália. Nos últimos anos, o caubói que tinha a fama de querer ser livre e solto, havia-se domesticado. Após o divórcio do primeiro casamento, assediado pelas mulheres, ele dizia que nunca mais queria saber de comprometimentos afetivos. Chegou a dizer: "Não há nenhuma constituição que nos obrigue a casar". O mais curioso é que Antonio de Teffè, ou Anthony Steffen, brilhou numa fase em que Clint Eastwood também esculpia o mito docaubói taciturno nos spaghetti westerns de Sergio Leone. Clint virou o grande diretor que todo mundo reconhece. Teffè/ Steffen teve a sorte de Franco Nero e Giuliano Gemma. O primeiro ficou famoso como Django e até hoje vive casado com Vanessa Redgrave, com quem dividiu a cena no musical Camelot. Giuliano Gemma estrelou o primeiro spaghetti western a fazer sucesso no Brasil – O Dólar Furado– e depois continuou a freqüentar o gênero, até que o filão se esgotasse (e a carreira fosse para o espaço). Os fãs devem lembrar-se de todos eles. Vasculhe aí a memória e lembre-se – Anthony Steffen, como bom personagem de western à italiana, não era exatamente um mocinho. Mas era chumbo grosso e foi assim que entrou para a história do gênero.









LUIZ CARLOS MERTEN
(© O Estado de S. Paulo)




1985

L'ultimo pirata (USA/Italia/Spagna, 1985)di Edvard Muller - con Linda Blair, Anthony Steffen, Ajita Wilsongenere DrammaticoScheda film
1974

Eroticofollia (Italia/Spagna, 1974)di Mario Siciliano - con Anthony Steffen, Pilár Velasquez, Richard Conte, Daniela Giordanogenere HorrorScheda film
1974

Quel ficcanaso dell'ispettore Lawrence (Italia, 1974)di Juan Bosch - con Anthony Steffen, Antonio Pica, Maria Kosti, Raf Baldassarregenere PoliziescoScheda film
1974

Lo credevano uno stinco di santo (Italia/Spagna, 1974)di Juan Bosch - con Anthony Steffen, Daniel Martin, Tania Alvarado, Manuel Guitian, Fernando Sanchogenere WesternScheda film
1974

Gli assassini sono nostri ospiti (Italia, 1974)di Vincenzo Rigo - con Anthony Steffen, Margaret Lee, Livia Cerini, Giuseppe Castellanogenere ThrillerScheda film
1973

Il mio nome è Scopone e faccio sempre cappotto (Italia/Spagna, 1973)di Juan Bosch - con Anthony Steffen, Fernando Sancho, Gillian Hills, Ricardo Hundargenere WesternScheda film
1972

Sette scialli di seta gialla (Italia, 1972)di Sergio Pastore - con Anthony Steffen, Sylva Koscina, Jeannette Len, Giacomo Rossi Stuartgenere ThrillerScheda film
1972

Tequila (Italia, 1972)di Tullio Demicheli - con Anthony Steffen, Roberto Camardiel, Eduardo Fajanogenere ThrillerScheda film
1971

La notte che Evelyn uscì dalla tomba (Italia, 1971)di Emilio P. Miraglia - con Anthony Steffen, Marina Malfatti, Giacomo Rossi Stuartgenere HorrorScheda film
1971

Un uomo chiamato Apocalisse Joe (Italia/Spagna, 1971)di Leopoldo Savona - con Anthony Steffen, Eduardo Fajardo, Mary Paz Pondal, Stelio Candelligenere WesternScheda film
1970

Arriva Sabata!... (Italia, 1970)di Tullio De Micheli - con Anthony Steffen, Peter Lee Lawrence, Alfredo Majogenere WesternScheda film
1970

Shango, la pistola infallibile (Italia, 1970)di Edoardo Mulargia - con Anthony Steffen, Eduardo Fajardo, Giusva Fioravantigenere WesternScheda film
1970

Arizona si scatenò... e li fece fuori tutti! (Italia, 1970)di Sergio Martino - con Anthony Steffen, Marcella Michelangeli, Rosalba Neri, Roberto Camardielgenere WesternScheda film
1969

Django il bastardo (Italia, 1969)di Sergio Garrone - con Anthony Steffen, Rada Rassimov, Paolo Gozlino, Lu Kamante, Teodoro Corràgenere WesternScheda film
1968

Killer Kid (Italia, 1968)di Leopoldo Savona - con Anthony Steffen, Liz Barrett, Fernando Sancho, Ken Woodgenere WesternScheda film



quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Final da gravação do Álbum Chão Vermelho

CANTANDO O CERRADO

banda Rioclaro
agosto, setembro e outubro de 2008

Foram os meses compondo as músicas "Chão Vermelho", " O Rio", " Balada Country", " Seu Lugar", " Tião de Deus", " O Alforje", " Luar do Cerrado". " Nove Longas Noites" e " O Vento Levou".
Apenas "Engenho do Mato", " Minha Capital" e "Longneck" não foram escritas naqueles dias.
Novembro de 2008
Em poucos ensaios, testamos as novas músicas. "Longneck" já fazia parte dos shows desde julho.
Dezembro de 2008
Tínhamos 12 novas canções para o disco. Começaram os primeiros ensaios e decidimos que Chão Vermelho seria o nome o novo álbum.
Janeiro 2009
Antes de entrarmos no GR 01 Studio, passamos muitas tardes na pré produção do álbum Chão Vermelho. Daí, definimos e escrevemos os arranjos.
Fevereiro 2009
Gravamos as guias de cada canção no estúdio de Victor Lacombe e assim, ganhamos tempo no GR 01 para as gravações dos takes originais.
Março 2009
Começamos a gravar as baterias. Gravar um álbum com 12 canções próprias e em português, pode ser algo bem normal para uma banda de rock, mas acreditem: isso pouco acontece com as bandas countries brasileiras. O GR 01 é um bom estúdio na cidade de Taguatinga ( DF ) com uma sala para voz e instrumentos e no fundo existe outra de batera. Parece um pequeno altar de centro de macumba... Com os mesmos mistérios. Por isso, o som da bateria de Victor nem vai precisar daqueles efeitos adicionados depois da gravação, é pura "Mandinga".
Renato gravou os baixos umas duas semanas depois . Seus takes foram tocados com pegadas à la Stu Cook. Acho que parte das canções do álbum vieram das prosas com o Renato antes dos ensaios . O cara é o mais pisicodélico da banda e isso trouxe "imagens", "alucinações" e certa "melancolia" para o disco. Esse lance, pode ser deprimente na hora de escrever, no entanto oferece "reflexão". Essas coisas são bacanas pro nosso Rockizin Rural, então, por que não?
Abril 2009
Tivemos a participação, muito especial, de Thiago Cruz tocando violino em 5 faixas. Então, amigos... Usando duas sessões, de seis horas por semana, gravei 23 violões nas 12 faixas. Só saía do estúdio para - como diz nosso engenheiro de som, Grillo - "pitar un cigarrin ". Paulo gravou pedal steel em 4 faixas.
Maio 2009
Victor Lacombe convidou um amigo para tocar pandeiro em "Engenho do Mato" e fazer percussão em outras faixas. Camacho começou a gravar suas guitarras. Depois disso, Paulo Steel gravou banjo em "Chão Vermelho", "Nove longas noites" e "Seu lugar" e dobro em " O Alforje", " Engenho do Mato", " Luar do Cerrado" e "Chão Vermelho".
Junho 2009
Camacho finalizou os takes de gaita, guitarra base e solo. Em seguida, Paulo também fez suas guitarras bases e solos. Acreditem: as canções estávam soando muito bem.
Julho 2009
Grillo colocou seu acordeom mágico em 3 faixas e eu comecei a gravar as vozes.
Buscando o som do "Chão Vermelho" pesquisamos muito o que a galera do country americano tá fazendo nos dias de hoje. O que aconteceu foi naturalmente diferente. Graças a poeira do Cerrado e aos nossos velhos álbuns de Allman Brothers, Creedence, Sá, Guarabira e do Rodrix.
Agosto 2009
Terminamos as vozes principais e com a participação especial de Joe para produzir os vocais.
Setembro 2009
Gleno Rossi participou cantando "Tião de Deus" ( Um tributo à Tião Carreiro ) e Aquiles Junior dividiu os vocais comigo em " Nove Longas Noites". Certa vez escrevi uma versão, mas os caras da editora não liberaram. Assim, usei parte daquela letra em " Nove Longas Noites", que numa nova melodia ficou mil vezes melhor. Gravamos e editamos os Hiding tracks - gravações entre as músicas que vão ilustrar o álbum - e isso deu um clima bem bacana.
Agora entramos na fase da mixagem que é um processo que vem após a gravação das músicas e de muita importância na produção final de uma música. Na mixagem faremos o balanço final entre tudo o que foi gravado, estabelecendo os níveis de volume e timbre, de cada instrumento na música. Todos os instrumentos que foram gravados em canais separados, serão integrados para formar a música da maneira que ela será ouvida, para isso, deveríamos ter passado exatamente o que desejamos ter como resultado final para o Grillo, mas... Pobre homem... Eu disse pra ele:

- Grillo, preciamos de um som com se estivéssemos tocando numa boate vazia em 1973, deu pra entender?

- Uai, sómeeeeeeente!!! Disse ele.

Bom, tá no finzin galera. Enquanto isso Aquiles Junior, depois de gravar seus takes, deixou esse recado:

Expresso Rioclaro



Senhoras e Senhores sejam bem-vindos ao Expresso Rioclaro,
que parte agora deste chão vermelho com destino a qualquer lugar
deste Brasil de meu Deus...
feche bem os olhos e curta a viagem...
Ao pegar a estrada basta ouvir a sua imaginação.
Pelejando com a sorte nas curvas a poesia é sincera...
a saudade é a sina de cada esquina e a paixão inundará o seu andarilho coração...
boa viagem!!!
Aquiles J C Junior
Publicado no Recanto das Letras em 18/09/2009
Código do texto: T1816753


Ray Titto

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Festa Folk - banda Rioclaro

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O Botiquim Blues fica na praça do DI em Taguatinga DF e nós da banda Rioclaro, Chapéus Pralana e a Dallas Rock
te esperamos para a noite mais Folk de Brasília!!!