terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Hamilton de Holanda Solidário


Convite
A Biblioteca Demonstrativa de Brasília promove o show “Hamilton de Holanda Solidário e músicos convidados”, no dia 20/12, domingo, às 19h, no Teatro Golden Tulip Brasília Alvorada Hotel (antigo Blue Tree). Serão cobrados ingressos nos valores de R$ 20,00 (meia e doadores de 2 kg de alimentos) e R$ 40,00 (inteira) que serão doados à ABRACE.
Os ingressos poderão ser adquiridos na Biblioteca Demonstrativa (Av. W3 Sul EQ 506/507).
Maiores informações pelos telefones 3443-5682 e 3244-3015.
Maria da Conceição Moreira Salles
Coordenadora da BDB

domingo, 13 de dezembro de 2009

De Aquiles Junior - Uma casa em São Pedro D'aldeia


Adeus Quartel do Surf...

"Não faz muito tempo, tudo começou...
muitas crianças e sonhos
nem o tempo apagou.
Numa rua estranha, muita gente passou,
alguns já morreram eu sei,
mas a história ficou.
Meus primos, amigos, a juventude estourou
ao som de blues e rock do Rei,
quem nunca sonhou?

Um paraíso infinito na veia tão certo e quente
algumas meninas na areia tão perto da gente
no meu carro esperava o fim da madrugada
com cerveja e som alto na lagoa salgada

Na fogueira, um lual pra galera local
vinho tinto, caipi-fruta, tudo normal
eu tocava violão olhando pra menina-sereia
nesse blues pra São Pedro d´Aldeia

Eu cantei Bob Marley, Pink Floyd e Raul,
na calçada daquela rua, sob o Cruzeiro do Sul,
minha casa agora é sua,
Cadillac, mulher nua, surfando numa noite azul..

No Rioclaro o sonho nunca terminou aqui
de Niterói conquistamos o General Lee
fomos pra Búzios na Rua das Pedras pra biritar
subimos no palco e começamos a cantar...

Adeus Quartel do surf,
sua hora chegou...
adeus Quartel do surf,
o recreio acabou!


Música dedicada a todos que me inspiraram em sua própria criação, dentre eles:
Leonardo M. Pires
Marcus Vinícius M. Pires
Rodrigo Berenger Marinho
Marcelo Berenger Marinho
Ricardo Bastos Ornellas
Alexandre Bastos Ornellas
Marco Antônio Motta da Silva
Humberto Cesar Tinoco
Guilherme Bruno Coelho Gomes
Marcus Lacerda
Renato Mendonça
Milton Mendonça
Aquiles Julio de Castro Filho
Nilton Rocha
Daniele Galvão Ornellas
Isabella Faria
Ilana Faria
Cacá
Cleide, Priscila e Patrícia
Isadora Dib
Rozani Pereira
Marcelo Lobo
Ray Titto
Vinicius Rabello
Fábio Pinheiro
Ernani Jr.
Eduardo Camacho
Laurinho
Léo Gil
e muitos outros que já passaram por aqui, viveram e sentiram o que é estar em São Pedro d´Aldeia/RJ, nesta casa, bebendo cerveja, fazendo churrascos, acordando e dormindo, apreciando o rock and roll, música country e as bandas Cadillac 55 e Rioclaro.

Agradecimento especial e póstumo a meu pai AQUILES JULIO DE CASTRO FILHO, o grande causador disso tudo. Obrigado meu pai.

Aquiles J C Junior"

Publicado no Recanto das Letras em 13/12/2009
Código do texto: T1975304


O "Quartel do Surf" era uma casa que a banda Rioclaro alugava - da mãe do Aquiles - durante longos verões vividos na Região dos Lagos do Estado do Rio de Janeiro.

Muito bom mesmo.Lindo, seu Quilinho!
E lá, sobre amendoeiras e flamboyants...
O sol espalhava moedas de ouro nas paredes da nossa varanda.
A última morada de um feliz tempo meu.

Ray Titto

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Rock Rural Billiard

BannerFans.com
Canções de Sá, Rodrix e Guarabyra, Zé Geraldo,Allman Brothers e do Marshall Tucker band, serviram de inspiração para o repertório que a Banda Rioclaro vai apresentar todas as sextas, a partir do dia 18 de dezembro, no Boca da Nega Snooker bar. Os shows servirão de prévia para o lançamento do álbum Chão Vermelho e também de uma programação especial, que nós a banda Rioclaro e o Gleno Rossi, desenvolvemos para celebrar o bom, velho e poeirento Rock Rural e todas as suas influências diretas do folk e do country rock dos anos 70. Além disso, como nos bons saloons, o bar conta com muitas mesas de billiard, e cinco variedades do chopp Stadt. Bacana, né?!
Então, vamo nessa!!!

O 'pré-rock rural' da banda Os Primitivos, de Brasília



Os Primitivos foi o primeiro grupo de Brasília a gravar fora da cidade. Lançado em 1967, seu primeiro e único disco, 'Os Primitivos no Iê-Iê-Iê', antecipava-se à fusão do rock com ritmos regionais que Rogério Duprat tentara alguns antes, em São Paulo, com o pré-Mutantes, O'Seis. Como uma espécie de “pré-rock rural”, o álbum traz versões folk-rock para clássicos como ‘Asa Branca’, 'Peguei um Ita no Norte' e ‘Oh, Suzana’. O LP tem duas capas, o que ainda hoje leva colecionadores a buscar um "segundo" e inexistente título da banda.

O repertório do disco era formado por canções folclóricas, nacionais e americanas, em versão “beatle/jovem guarda”, com toques de Byrds. Além das canções tradicionais, o disco ainda incluía uma composição própria – ‘O Gato’, autoria de Carlos Alberto e Edson. No mesmo ano, além do LP, tiveram a música ‘Mulher Rendeira’ incluída na coletânea ‘Os Novos Reis do Iê Iê Iê’ (Volume 3, ao lado de Ronnie Von, The Brazilian Bitles e Márcio Greyck, entre outros).

Um dos pioneiros do rock da cidade, e o mais famoso grupo de rock e Jovem Guarda de Brasília, Os Primitivos foi formado em 1966, por Everardo (Everardo Sales Correia) na bateria, Carlos Alberto (Carlos Alberto Pereira) nos vocais, Edson (Edson Câmara Sampaio) na guitarra-base, Luizinho (Luiz Felipe) na guitarra-base, Armandinho no contrabaixo e George (George Delanou Trindade Silva) na guitarra solo.

Com idades variando entre 15 e 17 anos, os integrantes do grupo ensaiavam na SQS 107, no Plano Piloto, em um apartamento vago, de propriedade do pai de Armandinho. Everardo vinha do grupo de dublagem/cover Harry Jones e Seu Conjunto e do grupo vocal The Weep's, enquanto George tinha tocado guitarra solo com Os Infernais e com Os Fantásticos. O grupo estreou em Brasília no programa ‘Passarela de Sucesso’, de Galeb Baufak, na TV Brasília, tocando músicas dos Beatles, entre elas ‘Help’ e ‘Ticket To Ride’, especialidade do grupo.

Em cinco meses de apresentações locais, o grupo foi para o Rio de Janeiro, onde, além de gravar, apresentou-se em programas de televisão, entre eles ‘Festa do Bolinha’ (Bolinha, TV Rio), ‘Símbolo’ (Erlon Chaves, TV Rio), ‘I Love Lúcio’ (Arlete Chaves e Lúcio Mauro, TV Tupi) e ‘Chacrinha’ (TV Globo), entre outros. Nesse período, o grupo gravou seu primeiro e único LP, pela gravadora Polydor, também o primeiro registro de um grupo de Brasília.

Depois de apresentações no Rio de Janeiro, o grupo retornou a Brasília, contrariando a orientação de Guilherme Araújo (o mesmo de Caetano Veloso e Gal Costa), empresário e produtor indicado pela gravadora para administrar a carreira do grupo. Os Primitivos separaram-se definitivamente em 1969, com uma parte de seus integrantes mantendo o grupo em atividade por mais algum tempo, atuando especialmente no circuito de bailes do Distrito Federal.

Fernando Rosa

Fonte:
www.senhorf.com.br

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Zé Geraldo, um pé no mato - um pé no rock


Chamado de Bob Dylan brasileiro, Zé Geraldo representante o máximo do Rock rural; um incansável músico de prosa e poesia. A característica de sua música é a essência simples contida nas letras e o violão tocado como acompanhante da voz rouca de trovador.
Mineiro, Zé Geraldo é autor de pérolas do nosso cancioneiro, como Milho aos Pombos, Senhorita, Cidadão e Negro Amor. Todas elas abordam o cidadão simples ou a simplicidade como valor máximo da vida; a vida no mato ou o mais doce amor. Também há músicas contestadoras, herdadas desde o início dos tempos ditatoriais quando algumas das suas canções foram censuradas pelo regime militar, como a citada Milho aos Pombos ("Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí queimando pestanas, organizando suas batalhas, os guerrilheiros nas alcovas preparam na surdina suas mortalhas"), ou ainda a mais recente Banquete de Hipócritas. Fiel ao seu estilo e avesso ao modismo ou ao status de celebridade. Mesmo após décadas de música, o último Cd, Tô Zerado, mostra o estilo máximo do compositor. O repertório traz rock, coisas do mato, homenagem a Raul Seixas e o lado desbocado do cantor: "Sou feliz por não ter mais a ilusão de aparecer nos programas do Gugu e do Faustão".
Nos shows, mistura velhos sucessos e novas canções, Sempre percorrendo os limites da cidade e do campo, entre o rural e o urbano. Quando retrata o amor, dispensa clichês, superficialismos e mostra possibilidades reais de escrever canções com criatividade.
A versão de Mr Tamborine man, é tão bela quanto a obra de Dylan. Como diria seu amigo, o cantor e compositor Guarabyra, “A sua voz ecoa nos rodeios e nas universidades fazendo sonhar, fazendo sorrir e dançar. Zé Geraldo é um brasileiro e tanto”.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Esse tal de Rock Rural!

Banda Rioclaro revivendo o Rock Rural - foto Miguel Mello

Dia desses, encontrei com o Gleno Rossi na casa da Adriana do Blog Diário Sertanejo. Lá, falamos sobre o rumo de nossos trabalhos, e relembramos o tempo em que o woodstock ainda visitava as revistas e os rebeldes sonhos da juventude brasileira dos anos 70. Foi quando alguns músicos, sentindo o cheiro de mato e todas "aquelas viagens", seguiram na direção dos folks de Dylan e adicionaram guitarras com violas de aço em melodias no clima progressivo.

Gleno Rossi e o Rock rural
Na verdade, na verdade: depois de muitos anos, esse tal de rock rural está de volta com novos timbres e sotaques. Não estamos sozinhos. Tem a galera do Matuto Moderno, Paulo Simões, Hillbilly Rawhide, Zé Helder, o Viola Quebrada e Zé Viola Proressive Band. Matuto Moderno. Abbey Road no mato
Todos confessando influências no trabalho de Sá, Rodrix e Guarabyra e nos caminhos do Rock and Roll, que desde o Blues e Rockabilly, sempre assumiu seu lado caipira.


Felizmente, ainda existe música que fala do interior sem "borboletas e coisas esotéricas" na cabeça!


Os bons e rebeldes Hillbilly Rawhide

O som puro e inovador do Viola Quebrada

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Rock Rural - Zé Rodrix



O cantor e compositor Zé Rodrix, 61, morreu na madrugada de 22 de maio de 2009, em São Paulo. O músico se sentiu mal em casa e foi levado às pressas ao Hospital das Clínicas.
Rodrix, cujo nome de batismo é José Rodrigues Trindade, apareceu para o grande público em 1967, em um festival da Record.
Sua carreira ganhou destaque nos anos 70, quando trabalhou com o grupo Som Imaginário --banda criada para acompanhar uma turnê de Milton Nascimento-- e ao lado dos músicos Sá e Guarabyra. O trio se transformou em ícone do chamado "rock rural". O primeiro sucesso de Guttemberg Guarabyra veio em outubro de 1967, quando fica em primeiro lugar no Festival Internacional da Canção com a música Margarida apresentada com o Grupo Manifesto, do qual fazia parte. Já Luiz Carlos Sá teve seu primeiro grande sucesso gravado por Peri Ribeiro em 1966, "GIRAMUNDO". Eram artistas solo até os dois formarem, juntamente com Zé Rodrix (que antes era do grupo Som Imaginário), a banda de Sá , Rodrix & Guarabyra alcançou o sucesso a partir de 1971, gravando dois LPs pela Odeon —Passado, presente e futuro e Terra — e se apresentaram, em julho de 1972, em um espetáculo no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, seguido de espetáculos e aparições na televisão. Nessa época receberam prêmios de publicidade pelo jingle "Só tem amor quem tem amor pra dar", criado para a Pepsi. Nas décadas de 80 e 90, Rodrix abandonou a carreira musical para se dedicar à publicidade e mesmo assim, escreveu mais um grande "Rock Rural" para a campanha publicitária de uma conhecida caminhonete. Zé havia deixado a banda em 77, desde então a formação passou a ser Sá & Guarabyra em definitivo. Gravariam ainda pela Odeon os LPsNunca (1973) e Cadernos de viagem (1975). A dupla fez grande sucesso nas décadas de 1970 e 80, com as canções Dona e Espanhola, composta com Flávio Venturini. Em 2001 houve o retorno de Zé Rodrix, gerando o primeiro DVD do Trio: "OUTRA VEZ NA ESTRADA" e em 2009 o lançamento do quarto disco reunindo o Trio: "AMANHÃ".
Entre as canções mais famosas de Zé Rodrix estão "Casa no Campo", famosa na voz de Elis Regina, "Mestre Jonas" e "Soy Latino Americano".
Em 2001, voltou a se reunir com os companheiros Sá e Guarabyra para uma apresentação do "Rock in Rio". No mesmo ano, o trio lançou um DVD ao vivo, reunindo seus maiores sucessos: "Sá, Rodrix & Guarabyra: Outra Vez Na Estrada - Ao Vivo".


Fonte - Folha Online

Rock Rural - Um movimento Pioneiro


Rock Rural é um estilo musical criado por Sá, Rodrix e Guarabyra, João Carlos de Lima e J.C. Grein Xavier, na década de 70 do século XX, no Brasil, o rock rural incorporou influências do folk e country anglo-saxônicos ao estilo da toada lusitana, com uma linguagem poética que se refere aos temas do campo, resultando numa musicalidade com ritmo de balada pop.
Num nível mais específico, encontrar-se-á uma variedade de denominações no que se refere às versões urbanas do universo rural no formato de música popular. O rock rural contribuiu para um processo de reavalição da cultura popular, que culminaria mais tarde com o estabelecimento dos valores do mundo rural como algo 'cool', aceito pela população urbana.
Nesse contexto, o rock rural foi um movimento pioneiro. Sem intenção declarada por seus criadores, utilizou a técnica da antropofagia criada por Oswald de Andrade em Manisfesto Antropofágico, parte do Movimento Modernista de 1922, que introduziu o Brasil nos conceitos de vanguarda da produção cultural do Ocidente no início do século XX.
Há 20 anos atrás seria impensável telenovelas de abrangência nacional tratando de temas do mundo rural. A aceitação do universo caipira como uma produção cultural de valor semelhante aos demais estilos estabelecidos e aceitos como identidade nacional é um fenômeno recente e resultado de inúmeras iniciativas. Dentre elas, o trabalho de pesquisa e registro da música caipira (ou sertaneja) levado a cabo por Marcus Pereira tem um valor histórico monumental, semelhante à iniciativa pioneira de Cornélio Pires na década de 20. Porém, essa cultura rural, tendo como vanguarda a música, caipira, de início, sertaneja posteriormente, mesmo tendo um público considerável, permanecia sob o rótulo de 'cultura de segunda categoria'. O falar errado do peão, a gramática por vezes imperfeita em clássicos como Tonico & Tinoco. O próprio sotaque do 'erre' aberto era evitado, trocado pelo 'erre' de garganta – a porta pronunciada 'porrta', numa clara discriminação do universo caipira – o falar do Jeca. A não ser que fosse com caráter cômico, como nas obras de Mazzaropi, o universo caipira era uma cultura de segunda classe.
Retornando ao rock rural, outros artistas desenvolveram a tendência incluindo outras sonoridades, como o veterano da Jovem Guarda, Eduardo Araújo. Sua versão do clássico "Telhado de Zinco" mostrava a influência de Joe Cocker no estilo vocal e guitarras que aprenderam a técnica de Jimi Hendrix, ambos imortalizados em Woodstock.
Depois vieram Renato Teixeira, Zé Geraldo, Almir Sater. A mudança de Sérgio Reis, da Jovem Guarda, "Coração de Papel", para o campo sertanejo com "Menino da Porteira", foi um fator relevante nesse processo antropofágico que finalmente estabeleceu o universo rural como algo a ser respeitado pela 'inteligentsia' nacional como um componente indispensável no caldeirão cultural brasileiro, entre outras razões, por sua beleza peculiar.
A presença das guitarras, a explosão sertaneja, a ocidentalização do universo caipira. Esse fenômeno que está em pleno desenvolvimento deveu-se a vários fatores e recebeu a contribuição de uma gama considerável de agentes culturais. Dentre eles, o rock rural, anunciando alto e claro que ser caipira e sertanejo não é pra qualquer peão, tem que ter poeira vermelha no coração, foi e continua sendo – novos agentes culturais continuam desenvolvendo a tendência – um marco histórico a ser novos agentes culturais continuam desenvolvendo a tendência – um marco histórico a ser registrado.


Fonte: Wikipédia