sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Zé Geraldo, um pé no mato - um pé no rock


Chamado de Bob Dylan brasileiro, Zé Geraldo representante o máximo do Rock rural; um incansável músico de prosa e poesia. A característica de sua música é a essência simples contida nas letras e o violão tocado como acompanhante da voz rouca de trovador.
Mineiro, Zé Geraldo é autor de pérolas do nosso cancioneiro, como Milho aos Pombos, Senhorita, Cidadão e Negro Amor. Todas elas abordam o cidadão simples ou a simplicidade como valor máximo da vida; a vida no mato ou o mais doce amor. Também há músicas contestadoras, herdadas desde o início dos tempos ditatoriais quando algumas das suas canções foram censuradas pelo regime militar, como a citada Milho aos Pombos ("Enquanto esses comandantes loucos ficam por aí queimando pestanas, organizando suas batalhas, os guerrilheiros nas alcovas preparam na surdina suas mortalhas"), ou ainda a mais recente Banquete de Hipócritas. Fiel ao seu estilo e avesso ao modismo ou ao status de celebridade. Mesmo após décadas de música, o último Cd, Tô Zerado, mostra o estilo máximo do compositor. O repertório traz rock, coisas do mato, homenagem a Raul Seixas e o lado desbocado do cantor: "Sou feliz por não ter mais a ilusão de aparecer nos programas do Gugu e do Faustão".
Nos shows, mistura velhos sucessos e novas canções, Sempre percorrendo os limites da cidade e do campo, entre o rural e o urbano. Quando retrata o amor, dispensa clichês, superficialismos e mostra possibilidades reais de escrever canções com criatividade.
A versão de Mr Tamborine man, é tão bela quanto a obra de Dylan. Como diria seu amigo, o cantor e compositor Guarabyra, “A sua voz ecoa nos rodeios e nas universidades fazendo sonhar, fazendo sorrir e dançar. Zé Geraldo é um brasileiro e tanto”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário