quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

"Chão vermelho" o novo CD da Banda Rioclaro





Numa das poucas tardes chuvosas do último inverno, eu escrevia a letra de “E o vento levou”. Confesso que estava um pouco triste. Aliás, no Centro-Oeste, a chuva pode ser feliz ou não. Ela simplesmente é aguardada, e fazer canções é aguardar




Então, enquanto apreciava a Asa Norte pela janela da “Kit da Solidão” – propriedade de Renata Varella invadida pelos caras da banda – Eduardo Camacho procurava os solos da música. E ele encontrou... Bem no jeitão “Maverick” que ele gosta. Começava o nosso novo álbum: “Chão vermelho”.



Os ensaios nunca mais foram os mesmos, com melodias, letras espalhadas pelo estúdio, Victor buscando novos ritmos, Paulo redescobrindo o banjo, dobro, pedal steel...


Deflorando sua nova Guitarra Telecaster G&L / Will Ray - guitarrista dos HELLECASTERS - uma Máquina de Sons estradeiros...


e um monte de idéias acendendo o baixo de Renato... Bacana.



Deixamos de lado as histórias de rodeios - não pelo fato de os rodeios terem deixado de lado as bandas countries – mas sim por ao rodarmos nas secas esplanadas do cerrado termos adquirido um vibrante anseio por essa região.


Uberaba-MG

Mas o que estamos fazendo é música poeirenta brasileira, contudo não esquecemos da cowboyzada, especialmente porque foram os grupos de dança country e as comitivas que levaram o som da Banda Rioclaro para todos os cantos do Brasil, como:
Montana Country Show


A Samira do Bailão Atividade, o destemido Cowboy Niteróiense wolfman...O velho e fiel amigo Mário, o novo escudeiro Fred


Os velozes Cowboys Western

Mais amigos dos Cowboys Western, Os Intocáveis...



O vislumbre das estradas do Centro-Oeste



Dão o clima Beatnik nas músicas do disco . Uma delas – "Balada Country" - começa num posto de gasolina nas cidades do entorno e vai contando o fim de semana da galera das comitivas e homenageando caras como o chapeleiro Stonny, o programa Bailão Atividade e a dupla Pedro Paulo & Matheus. Pessoas que nos ajudaram muito.




Daí pra frente, nosso “Honk-Tonk-de garagem” rola solto e sorvendo tudo que a gente já ouviu.


Uberlandia MG
Escrever sobre a música da gente é difícil pra caramba... O que tá rolando nas gravações do estúdio GR1 tem sempre a geografia visual do cerrado como referência.



"Tião de Deus" é sobre o mestre da viola Tião Carreiro. Homenagem sobrenatural deste violeiro. Como não sabemos os ponteios da viola, sapecamos nas guitarras. Com isso, matamos nossas saudades de bandas como: Allman Brothers, Marshall Tucker Band e do Charlie Daniels. Depois tem mais pau quebrando em: "Long-Neck", "Luar do Cerrado" e "Minha Capital". Todas para gastar as botinas!!!






A canção que cede o titulo ao disco, traz um olhar imediato sobre comunidades tradicionais da região. Gente como: ribeirinhos, indígenas, quilombolas que lutaram por esse chão.



Não queremos sacudir o movimento country com dificuldades sociais e ambientais, contudo acreditamos que cantando coisas desta terra, talvez, seja possível semear o amparo de tantas riquezas.




É tocante trafegar nesta vastidão ondulante – como na letra de “Nove longas noites” – sabendo que o Cerrado está morrendo mais acelerado do que a floresta Amazônica... Às vezes penso que a canção mais romântica deste álbum, quem sabe, esteja falando sobre esse "amor quase perdido".



Curvelo - Goiás

Desse modo seguiremos os próximos meses gravando músicas que saúdam os prazeres simples na savana mais rica do mundo, pois desde que deixamos a azulada Niterói para a Região dos Lagos e depois para o Vale do Paraopeba, encontramos valores rurais mais admiráveis do que nossas referências urbanas.



Cristalina GO

Assim chegamos à Capital dos forasteiros, sem nos importarmos com origens sonoras...



Pode ser country, caipira ou rural. Só estamos gravando minúcias desse infindável Chão Vermelho tão renegado por quem deveria lutar para preservá-lo...



Isso, é identidade nacional.


Ray Titto

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

E o Bandido se foi...



O Touro Bandido, que ficou famoso em 2005 ao estrelar uma novela da Rede Globo, foi enterrado no Parque do Peão de Boiadeiros, em Barretos (distante 423 km da capital de São Paulo).

O animal morreu em Icém (496 km de SP), por conta do agravamento de um câncer de pele próximo aos olhos, que o atacou havia seis meses. Ele tinha 15 anos de idade e deixou quatro clones, 70 filhos e duas mil amostras de sêmen congeladas.

Bandido ficou conhecido por ser o mais bravo dos rodeios em 2001, depois de ter levantado o peão Ney Leovam Tomazelli a seis metros do chão com uma cabeçada. Quatro anos depois, foi personagem da novela América. Não da pra esquecer de sua mania de cavucar a terra com chifre. Gostava também de esfregar o rosto na terra e mugir para provocar outros touros. Bandido destestava bois, touros, cavalos e humanos. Todos tinham de manter pelo menos 3 metros de distância. Para tratá-lo, os peões precisavam imobilizá-lo num poderoso tronco. Viajava sozinho numa carreta de 14 metros de comprimento - um privilégio - touros normais têm de dividir o mesmo veículo com outros 20 da espécie. Esta máquina nasceu para pular, com uma característica que o diferenciava dos demais: o pulo alto e certeiro, que fez com que ele se tornasse uma referência do mundo do rodeio, conquistando o título “Arena de Ouro”, como Touro Duro na Queda, em 2003 em Jaguariúna. Comprado no Paraná, o touro brilhou em arenas de todo Brasil, desafiando a coragem e bravura de peões brasileiros e estrangeiros.
Para homenageá-lo, os organizadores da festa do peão vão construir uma estátua em tamanho natural do touro. Bandido participou de mais de 200 rodeios e nos inspirou na música "Maquina Quentch".