sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rio de Janeiro

Foto: Michel Filho
Direitos Humanos

Filme ViVendo um Outro Olhar
De Guillermo Planel



ViVendo um outro olhar é a terceira parte de um projeto sobre fotojornalismo no Rio de Janeiro, que trata de diversos assuntos que engloba desde a fotografia, a imprensa, os direitos humanos e sociedade, tudo isso em um documentário de 78 minutos, que trata sobre a renovação dos paradigmas da comunicação popular, como a favela é vista pela imprensa e como ela mesma se vê. O filme mostra que existe um novo olhar em relação aos conceitos de Cidade Partida, como o próprio Zuenir Ventura define no filme. A favela deixa de ser uma parte empobrecida, menosprezada, que criminaliza a pobreza, para se tornar uma parte participante nas criações das novas políticas públicas sociais.
No processo de realização do trabalho, surgiu o entendimento de que tratar a favela como geradora de violência apenas, como normalmente é abordado o assunto, é na verdade o empobrecimento do processo da comunicação de nossa sociedade atual. As “multi-perceptividades” de vozes e de olhares que surgem ao longo do filme são importantes no sentido de apresentar as comunidades a partir de um enfoque aberto sem criar um discurso, um monólogo, a partir dos principais aspectos sociais deste assunto.
Neste processo, a beleza é revolucionária, é um processo político sem ser partidário. É através da beleza, das ações sociais positivas, que se cria um novo conceito de sociedade integrada, enquanto se reestruturam os problemas sociais, por parte do Estado, com a esperança de que a violência das armas e a pobreza discriminatória sejam por fim resolvidas.
Criado como um complemento de Abaixando a Máquina e Imagens do Jongo, o objetivo principal de ViVendo um Outro Olhar, é mostrar o papel preponderante da imprensa na criação de uma sociedade mais justa, quando isso se aplica e quando não, onde estão as questões éticas e onde está se vendendo a dor dos outros de forma indiscriminada. Como os vários setores da sociedade entendem o assunto, sob o ponto de vista da produção de imagens na cidade.


Em resumo, o filme trata do processo de humanização da mídia versus o jornalismo sensacionalista do passado, o tal do espreme e sai sangue, que normalmente banalizava a violência em suas capas. É um contraponto com a visão do jornalismo feito por setores sociais, que quase nunca têm acesso ao processo de estruturação da sociedade, mas que têm o diferencial de estar no contexto da realidade retratada.
 
Por Guillermo Planel

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