quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Na janela, a estrada e o Cerrado.


A criança que fui chora na estrada.

Deixei-a ali quando vim ser quem sou;


Mas hoje, vendo que o que sou é nada,

Quero ir buscar quem fui onde ficou.

Ah, como hei-de encontrá-lo?

Quem errou A vinda tem a regressão errada.

Já não sei de onde vim nem onde estou.

De o não saber, minha alma está parada.

Se ao menos atingir neste lugar

Um alto monte, de onde possa enfim...

O que esqueci, olhando-o, relembrar,

na ausência, ao menos, saberei de mim,

E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar

Em mim um pouco de quando era assim.

Fotos Ray Titto

Fernando Pessoa

Agora é aqui! Mundialito de Três Tambores 2010



A Festa do Peão de Barretos deste ano conta com duas novidades para deixar o tradicional evento, que vai do dia 19 a 29 de agosto, ainda mais atrativo. A primeira é o Mundialito de Três Tambores, que pela primeira vez chega ao Brasil. A outra é a volta do Barretos International Rodeo, em sua 18ª edição, substituindo a Copa do Mundo de Montarias em Touro, realizada em 2009.
O Mundialito de Três Tambores será realizado na segunda metade do evento – dia 25 a 29 de agosto. Nele, os competidores montados a cavalos têm que contornar três tambores dispostos de forma triangular na arena no menor tempo possível. Cada país será representado por uma dupla (um homem e uma mulher).

- Esse Mundialito é a nossa principal atração. No Brasil, a prova tem um formato diferente, realizado tradicionalmente apenas por mulheres. Além do Brasil, as equipes de maior força mundialmente estão vindo. E ainda tivemos a surpresa da inscrição da equipe chinesa – disse Marcos Murta, presidente de Os Independentes, grupo que organiza a competição.

China, Itália, Austrália, Espanha, Estados Unidos, Panamá, Uruguai, Chile, Argentina, Paraguai e Brasil são os 11 países confirmados na disputa. Em 2009, a dupla brasileira André Coelho e Ana Paula Zillo foi campeã do Mundialito na Itália. Em 2010, Rafaela Laturraghe e Ronildo Morais representam o Brasil.

- Não existe nenhuma preparação especial. Isso não é um esporte pra mim, é minha profissão. Eu monto todos os dias. Pelo que eu vi do Mundial do ano passado, acho que os competidores americanos serão os nossos maiores adversários – afirmou Ronildo.

domingo, 8 de agosto de 2010

Conceição e as árvores nuas



Novamente agosto, de novo a névoa seca, a falta de chuvas e a baixa umidade relativa do ar. Há 73 dias não cai pingo d’água em Brasília e não há nenhuma previsão de relâmpagos ou trovoadas no céu da cidade. O que era verde ficou cinza, mas isso não significa que tenha perdido a beleza.


Não é mais uma paisagem de natureza viva, lembra natureza morta, mas de desvanecida não tem nada.
As árvores desfolhadas perdem o encanto bucólico de flora vicejante. Transformam-se por dois ou três meses em esculturas agrestes no projeto de Lucio Costa.
São a “carnadura concreta”, pegando emprestado o dizer de João Cabral de Melo Neto em A educação pela pedra.
As árvores nuas são obras barrocas de madeira crespa e emaranhada na cidade de linhas puras.


A desfolhação das espécies nativas ou adaptadas ao cerrado é uma estratégia de sobrevivência. Se os ursos hibernam em invernos glaciais, as árvores se recolhem nas secas do Planalto Central para economizar energia. O chefe do viveiro da Novacap, o engenheiro agrônomo Raimundo Moreira Lima Filho, explica que o desfolhamento “é a defesa da planta contra a falta de umidade”. Se ela mantivesse as folhas grudadas em si mesma, verdejantes, exercendo a sua função de fotossíntese, perderia muita água em tempo de escassez . Então deixa que elas sequem e caiam para que prossiga viva até a nova folhação. Sabe-se que as árvores do cerrado têm raízes profundas para que possam retirar dos veios d’água no fundo da terra o que lhes falta no ambiente externo.
Boa parte da imensa floresta de mais de 4 milhões de árvores presentes na urbanização pública de Brasília está hibernando. Parece morta, mas só está escondida, esperando as primeiras águas que, pelo histórico do Instituto Nacional de Meteorologia, só devem cair em meados de setembro — é a chuva do caju, a que apressa o amadurecimento do fruto. Até lá, teremos mais um mês, pelo menos, de esculturas frondosas de madeira verde por dentro e cinza por fora, solitárias, em conjunto ou em bosque, nos parques, nos eixos, nas vias, nas superquadras, nas cidades-satélites.
Tendo como guia o chefe do viveiro da Novacap, o Correio percorreu o Plano Piloto para encontrar barrigudas desfolhadas estourando painas no chão, imbiruçus sem folhas, mas com frutos e flores, um estupendo pequizeiro (no Setor Policial Sul) com meia dúzia de pequis temporãos. Nunca vi em Brasília nenhum de igual tamanho. Deve estar aqui desde antes de Pedro Álvares Cabral”, brincou o espantado Raimundo Moreira Filho. E milhares de pés de cambuí, árvore de copa generosa, formando bosques de bordados feitos de fios de madeira contra o céu de azul perfeito. O ensaio fotográfico é de Daniel Ferreira.
Por Conceição Freitas
Publicação: 08/08/2010

fotos: Daniel Ferreira

Festival São Rock e o Dia Internacional do Rock and Roll


Lá pela meia noite, entramos no palco. Logo depois de Rafael Cury. Que vestindo terno e cartola - quase um Zé Pilintra - mandou bem com seu vozeirão meio Joe Cocker.
O Festival já tinha sido incinerado pelas bandas Scania, Red Old Snake, Korina, Trampa, Os Dinamites e Celebration (Tributo ao Led).

Não foi por falta de aviso.
Elvis Presley Epiphone
Os cartazes diziam: “ Quando o mês junino acaba e os santos descansam, o DIABO faz a festa!”
... E o São Rock foi um Festa julina muito louca com comidas típicas e muito álcool para comemorar o Dia Internacional do Rock’n Roll.

O enorme gramado do Clube da Imprensa foi enchendo ao longo daquela bela tarde de inverno.
Antes da gente, Rolou a banda Celebration do bom Marcelo Marssal

Era impossível achar alguém que não pertencesse às conhecidas tribos e ouvir uma guitarra sem distorção.
Estávamos preocupados: tocar depois de tantas bandas da pesada era complicado...
O único violão da noite era o meu Elvis Presley Epiphone
Roqueiros estranharam... Eu disse: “Calma galera. Não se preocupem com o chapéu e o violão. A gente só vai tocar velhos Honk Tonks . E creditem: Assim começou o rock and roll.
Victor começou com a música Longneck. Primeiro a gente tocou as nossas... Daí, contamos a história do Rock tocando clássicos de Johnny Cash
Carl Perkins...
Lynnyrd Skynnyrd...
Allman Brothers...
Com versões feitas pela banda Rioclaro. Pela primeira vez não ouvimos "Toca Raul"... Incrível! E só por isso, fizemos uma homenagem ao Maluco Beleza com "Meu amigo Pedro"E os Rockers cantaram juntos: " Pedro onde cê vai eu também vou"
Depois disso, Grunges...
Indies...
Blueseiros...
Metaleiros...

Punks...
Góticos...
E Rockabyllies, dançaram como nunca. Ficamos felizes por isso.

Com inspiradas canções, Coyote Guará fechou a noite. A produção do São Rock foi bacana e nos sentimos honrados em participar de um autêntico festival de Rock and Roll... E para o nosso deleite: Não faltou Heineken Longneck.
Valeu Homem da Marreta!
Ray Titto