segunda-feira, 22 de junho de 2009

O grande Renato Teixeira.



Dias 24 e 25 de junho, às 21h na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional - Brasília DF - vai rolar o acústico de um dos nossos grandes heróis do cancioneiro caipira. Este show faz parte do projeto MPB Petrobrás e o Renato Teixeira é um cantor de voz suave e um dos maiores compositores de nossa terra. Passou a infância em Ubatuba, SP, indo aos 14 anos para Taubaté, onde viveu até os 24 anos. No início dos anos 1960 trabalhou como radialista na Rádio Difusora de Taubaté, onde através do discotecário Teodoro Israel, tomou conhecimento da música sertaneja. Mudou-se para São Paulo em 1967, onde no Bar Patachou, na Rua Augusta, dividiu mesas e debates com artistas de sua geração, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa e Geraldo Vandré.

Em meados dos anos 1960 formou a "Banda Água" e abriu um estúdio de jingles publicitários. Em 1967 participou do III FMPB, na TV Record em São Paulo, com a composição "Dadá Maria", sendo defendida por Gal Costa e classificada entre as finalistas. A mesma composição seria posteriormente regravada por Clara Nunes e Sílvio César. Em 1968 participou do IV FMPB da TV Record, com a composição "Madrasta", interpretada por Roberto Carlos. Em 1972 conseguiu classificar sua composição "Marinheiro" para o VII FIC da TV Globo. No mesmo período participou da série de discos dirigida por Marcus Pereira, "Música Popular Brasileira", no volume "Música do Centro-Oeste-Sudeste". Por essa época, começou a trabalhar com os velhos temas caipiras, com a "Banda Água", formada por Carlão de Souza, Sérgio Mineiro, Rodolfo Grani, Oswaldinho do Acordeom, Dudu Pontes, Marcinho Werneck, Papete, Luiz Roberto de Oliveira, Nelson Ayres e Amilson Godoy. Começou gradativamente a migrar de gênero musical, procurando entretanto mesclas de diversas tendências e estilos musicais. Em 1977 sua composição "Romaria" foi gravada por Elis Regina, tornando-se rapidamente um estrondoso sucesso em todo o país, alterando até velhos preconceitos, ao afirmar convictamente no refrão: "Sou caipira". "Romaria" foi gravada, entre outros, por Tião Carreiro e Pardinho, Sérgio Reis, Pedro Bento e Zé da Estrada, Leandro e Leonardo, Inezita Barroso, Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, Fábio Júnior, Paçoca, pelo pianista americano Richard Clayderman e também pelo grupo de rock paulista Dr. Jack. A música entrou ainda para a trilha sonora da série da TV Globo "Carga pesada". O poeta Haroldo de Campos em entrevista à revista "Veja" fez elogios à letra de "Romaria", considerando-a uma das melhores da música brasileira nos anos 1970.


Em 1987, teve as composições "Ave marinha", parceria com Almir Sater e Kapenga e "Homem não chora", gravadas no CD da cantora Alzira Espíndola. Em 1989, a música "Sanfona", parceria com Cezar do Acordeom foi gravada no LP "Forró bom! - É do ABC!!!", da gravadora Musicolor/Continental" na interpretação de Cezar do Acordeom. Em 1990, a dupla Pena Branca e Xavantinho gravou a toada-balanço "60 léguas num dia" e "Seu" Chico Alves" no LP "Cantadô de mundo afora". Em 1985 participou do disco "Grandes cantores sertanejos", da Kuarup, ao lado de Xangai, Cida Moreira, Elomar, Sivuca e Geraldo Azevedo, entre outros. Em 1992 lançou pela gravadora Kuarup o CD "Renato Teixeira e Pena Branca e Xavantinho". No mesmo ano recebeu o Prêmio Sharp. Em 1997 participou do disco "Cantorias e cantadores", também pela Kuarup. Entre seus grandes sucessos estão "Sina de violeiro", regravada em 1996 por Sérgio Reis, e "Tocando em frente", parceria com Almir Sater, e presenças constantes em seus shows. Realiza uma média de dez shows por mês, principalmente na região do Vale do Paraíba, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso. Ainda em 1997 realizou o show "30 anos de carreira" no Canecão no Rio de Janeiro. Um de seus principais parceiros é Almir Sater, com quem compôs, entre outras, "Boiada", "Missões naturais", "Terra dos sonhos" e "Trem de lata". Em 1998 lançou pela Kuarup o CD "30 anos de romaria", com uma retrospectiva de sua carreira. Em 1999 gravou ao vivo com Xangai o CD "Aguaterra", em show realizado na sala Adoniran Barbosa em São Paulo, contando com as participações especiais de Natan Marques e Cassio Poleto. Na ocasião interpretou de sua autoria "Olhos profundos", "Guardiões da floresta" e "João Alegre". Em 2000 lançou com o multicordas Natan Soares o CD "Alvorada brasileira", no qual interpreta antigos sucessos como "Rural" e "Invernada", e novas músicas como a country "Transformação". O disco contou ainda com a participação de Oswaldinho do Acordeom, na faixa "Jaci" e do violinista Cássio Poleto na faixa "Tutu com torresmo". Em 2002 teve a música "Pequenina" gravada por Xangai no CD "Brasileirança". Ainda no mesmo ano, exibiu-se em espetáculo no Rio de Janeiro acompanhado por sua filha, nova cantora por ele lançada. Também no mesmo ano, apresentou-se no Teatro da UFF na beira da praia de Icaraí - na nossa bela cidade de em Niterói(RJ) - juntamente com Pena Branca, Elomar, Teca Calazans e Xangai no show "Cantoria brasileira", comemorativo aos 25 anos da gravadora Kuarup. Ainda no mesmo ano, participou do CD "Cantoria brasileira" comemorativo dos 25 anos da gravadora Kuarup, juntamente com Pena Branca, Elomar, Teca Calazans e Xangai.

Em 2003, apresentou-se em show no Canecão juntamente com Pena Branca apresentando canções como "Romaria"; "Amanheceu" e "Tocando em frente", de sua autoria, além de "Cio da terra", de Milton Nascimento e Chico Buarque e "Canto do povo de um lugar", de Caetano Veloso. Nesse mesmo ano, fez participação especial no CD "Alma Lavada", lançado por Cláudio Lacerda, interpretando com o mesmo, "Olhos profundos", de, de sua autoria. Em 2005, apresentou-se no programa "Viola, minha viola", comandado por Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo. Também nesse ano, lançou CD com Rolando Boldrin em que confirma seu sotaque caipira. O disco revisita obras de compositores de todo o país e mereceu boa aceitação da crítica especializada.Traz destaques como, entre outras, "Ventania", de Geraldo Vandré e Hilton Acioly, que concorreu, também com o subtítulo "De como um homem perdeu seu cavalo e continuou andando", no Festival da Record de 1967, "Tempero das aves", do próprio Boldrin, "Vaca estrela e boi fubá", de Patativa do Assaré, "Acorda Maria Bonita", atribuída ao cangaceiro Volta Seca (Antonio dos Santos), do bando de Lampião, além de passar por obras de Lupicínio Rodrigues e até Chico Buarque, na composição tema para a peça "Morte e vida severina", sobre o poema de João Cabral de Melo Neto. O disco conta com participações como as de Almir Sater, que toca viola (no clássico "Chico Mineiro", de Francisco Ribeiro e Tonico, da dupla com Tinoco), Paulo Sérgio Santos, no clarinete e Rodrigo Sater e Chico Teixeira nas cordas. Em 2007, sua composição "Romaria" foi escolhida para ser interpretada com variações, por Inezita Barroso, em dueto com a cantora lírica Nize de Castro Tank, juntamente com "Luar do sertão", de Catulo da Paixão Cearense, no CCBB - Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em duas sessões da série "Líricas e Populares". Hoje, depois de tanta poesia e de muitas estradas, seu trabalho é uma de nossas principais referências no novo álbum da banda. Então, a gente se encontra na Sala Villa-Lobos... Na fila do gargarejo!

Informações 3325-6240

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