quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Tierra Bruta



Summers viveu os horrores da guerra da sucessão, coisas tão violentas que o levaram a jurar jamais empunhar uma arma se da guerra sobrevivesse, o que aconteceu. Agora a viver do outro lado da fronteira com a sua esposa mexicana, vê-se pressionado pelo tirano Ortega a abandonar as suas terras. A promessa de não agressão ao próximo parece pois difícil de cumprir. A vilanagem a mando de Ortega vai eliminando os indefesos rancheiros e só um pistoleiro de passagem pela zona – Steve Fallon – parece ter a capacidade de enfrentar o agressor.
Embora esta não tenha sido a primeira investida no gênero por europeus, foi a primeira a ser rodada na zona de Almeria (Espanha). Curiosamente o realizador nem sequer foi um nativo, mas sim um britânico: Michael Carreras. Homem ligado ao cinema fantástico da produtora Hammer em que trabalhara como produtor e realizador ao lado de nomes consagrados do cinema de terror britânico (Terence Fisher, Christopher Lee ou Peter Cushing).

Apesar da utilização das paisagens desérticas de Andaluzas, que posteriormente seriam imortalizadas em centenas de westerns-spaghetti aí rodados, este “Tierra Brutal” está bem distante das convenções que definiram o género, restaurando a linha mestra do western clássico americano. O filme decorre com ritmo pausado, com poucas cenas de pancadaria ou tiroteio, mas a verdade é que jamais se torna aborrecido. O desfecho acaba até por se mostrar bastante inspirado e violento. Ortega lança um derradeiro ataque sobre o rancho de Summers, onde é recebido com chumbo quente. Apesar da investida falhar, o patife acaba ainda assim por balear Fallon que atropela ainda com a sua charrete, desfazendo-lhe as mãos – uma maldade semelhante à que Corbucci faria alguns anos mais tarde com o seu “Django”.

Confesso que não morro de amores pelo western da escola clássica, mas este “Tierra Brutal” entusiasmou-me de tal modo que até lhe perdoo as medianas interpretações emprestadas pela maioria do elenco. Mais que não seja pelo marco histórico que o filme representa recomendo que lhe deem uma oportunidade a este “Tierra Brutal”. Disponível em DVD via Filmax (Espanha).


Escrito por Pedro Pereira
http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com.br

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