Adoniran Barbosa nasceu 1910 e morreu em 1982, mas deveria estar presente no Bixiga, em São Paulo, na lembrança de todos os brasileiros e até nas revistas de Rock and Roll. Na verdade, na verdade: essa história de morte até parece mais uma zoadeira dele. “‘Vocês pensaram que nós ‘fumos’ embora, nós ‘enganemos’ vocês. Nós fizemos que ‘fumos’ e ‘vortamos’. O poeta sacaneava tudo. Filho de imigrantes italianos cantava a sobrevivência do paulistano comum numa metrópole. Através de sua poesia, contou passagens da vida padecida, humilde, e com bom humor sambava com a realidade. Tirou de seu dia a dia a idéia e os personagens de suas músicas. Iracema nasceu de uma notícia de jornal - quando uma mulher havia sido atropelada na Avenida São João. Nasceu e morreu pobre - todo o dinheiro que ganhou gastou ajudando ou comemorando sucessos com boêmios paulistanos. Numa noite, pagou algumas biritas para Vinícius de Moraes. Foi quando escreveram: “...Se chegue, tristeza. Se sente comigo aqui, nesta mesa de bar. beba do meu copo, me dê o seu ombro, que é para eu chorar, chorar de tristeza, tristeza de amar”.
A carreira de Adoniran decolou de vez quando Trem das Onze venceu o carnaval do Rio de Janeiro em 1965. Depois disso, seu nome passou a ser mais forte no País todo. O momento não poderia ser mais importante, afinal era o carnaval do quarto centenário da cidade do Rio.Desde agosto, músicos e artistas saudam o centenário de um dos maiores poetas do nosso cancioneiro popular. Menos, o Grupo Especial de São Paulo: Adoniran não foi enredo de nenhuma das escolas que disputaram no carnaval 2010. " Só se conformemos quando o Jóca falou: Deus da o frio conforme o cobertor". Cantava errado pois dizia que seu povo falava assim. Agora, o samba paulistano errou.
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